Mal súbito: Teresina registra três casos em menos de uma semana; saiba o que é e como prevenir
Mal súbito: Teresina registra dois casos em três dias; saiba o que é e como prevenir Pelo menos três casos de mal súbito foram registrados em Teresina entr...
Mal súbito: Teresina registra dois casos em três dias; saiba o que é e como prevenir Pelo menos três casos de mal súbito foram registrados em Teresina entre a quarta (22) e esta segunda-feira (27). As vítimas foram a empresária Rayze Macedo Hosternes, de 34 anos, a médica Maria Gláucia da Costa Veloso, que não teve a idade confirmada, e a professora Adnaid Rufino, de 52 anos. Nesta segunda-feira (27), o g1 conversou com profissionais da saúde para reunir informações e dicas de prevenção. Entenda, nesta reportagem, o que é o mal súbito, quais os sinais de alerta, como tratar, como prevenir e por que pessoas jovens estão sendo cada vez mais afetadas. Clique nos tópicos abaixo para ser direcionado às perguntas: ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp O que é mal súbito? Quais os sinais de alerta? Como tratar? Como prevenir? Por que os casos estão cada vez mais comuns? O que é mal súbito? Mal súbito, segundo o médico cardiologista Luiz Bezerra, é uma "síndrome clínica inesperada", em que o paciente tem uma piora repentina de saúde. Pode ser provocada por "qualquer coisa que leve a um estado de inconsciência, colapso ou alteração importante do estado mental", como um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico ou uma hipoglicemia. "O mal súbito é potencialmente reversível. Quando o evento leva à situação de morte, nós chamamos de morte súbita cardíaca, pois a principal causa é a doença cardíaca, que pode ser o infarto, a arritmia e etc", explicou. De acordo com o médico cardiologista Rafael Jung, a principal causa de doença cardíaca em pessoas jovens é genética. "Mortes em pacientes jovens sempre são eventos traumáticos porque aparentemente têm a saúde boa, mas na verdade é só na aparência porque muitas dessas doenças já têm um componente genético ou de estilo de vida que podem causar isso", disse. Jung explica que comorbidades como hipertensão e diabetes podem influenciar o bloqueio das artérias coronárias e provocar a interrupção do fluxo sanguíneo. "Após os 35 anos, a principal causa é a doença coronariana [um tipo específico de doença cardíaca], ela é secundária a comorbidades como hipertensão, diabetes, acúmulo de colesterol e calcificações nas coronárias", disse. Quais os sinais de alerta? Jung cita que dor torácica atípica, tontura, quadros de náusea, mal-estar ou vômitos, e mal-estar durante esforço, além de palpitação, são sinais de alerta que devem ser respeitados. "Não necessariamente a dor de coração é no peito esquerdo", ele reforça. Como tratar? O tratamento pode ser feito com medicamentos, intervenções por cateter e desfibrilador cardíaco. Como prevenir? Os especialistas orientam a prática regular de atividade física - com avaliação médica, alimentação saudável e redução do estresse. Eles recomendam ainda que se evite reposição hormonal sem indicação clínica específica. "Pessoas mesmo sem sintomas precisam fazer check-up, porque mesmo sem fatores de risco, pode acontecer de terem uma doença genética ou uma história familiar muito importante", alertou Luiz Bezerra. "Algumas corridas têm competidores jovens ou atletas que sofrem morte súbita e isso é decorrente da falta de uma avaliação, porque essas doenças são detectáveis. Um simples cardiograma consegue te dar muita informação dessas condições cardíacas, são informações de fácil acesso", completou Rafael Jung. Por que os casos estão cada vez mais comuns? O aumento dos casos de mal súbito entre os mais jovens tem chamado atenção da comunidade médica em todo o Brasil. Em São Paulo, o número de mortes aumentou 13% no estado de São Paulo - foram quase 2,8 mil vítimas em 2024, em comparação com 2.442 óbitos em 2023. "O que estamos observando é que nos últimos 10 a 15 anos, a morte súbita cardíaca têm ficado mais frequente em pacientes jovens, abaixo de 40 anos. A grande explicação pra isso é a piora dos hábitos, além dos fatores de risco tradicionais", afirmou Luiz Bezerra. "Isso não teve relação com vacina ou pandemia, é um aumento que já vem desde 2008, com um aumento consistente ano a ano. E isso toma mais repercussão hoje porque temos uma facilidade de comunicação grande", concluiu o médico cardiologista. Mal súbito: Teresina registra três casos em menos de uma semana; saiba o que é e como prevenir Reprodução VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube S